Imaginem vocês uma peça de teatro que divide a responsabilidade da narrativa com a Sétima Arte, o Cinema. Atores convivendo com as imagens gigantescas da tela; discurso paralelo do diretor com toda a liberdade das imagens: nuvens, ondas revoltas, entre outras; atores conversam com a tela, personagens que não estão no palco, apenas na possante linguagem da tela. Trata-se sem dúvida de uma linguagem nova. Sem modelos anteriores, mais que uma linguagem: uma contenda, um confronto entre as forças do cinema e aquela do teatro.
Imaginem vocês que isso venha envolto numa COMÉDIA tão engraçada quanto comovente, sobre uma psicanalista e dois de seus pacientes. Sobre uma mulher que não consegue se decidir entre dois homens. Sobre o destino, o acaso e sua influência na vida de cada um de nós. E sobre fantasmas. Que procuram os vivos para saber das novidades, já que lá em cima isso é proibido. E imaginem também tudo isso escrito com um rigoroso humor, estilo preciso, qualquer coisa intermédia entre Moliére e Woody Allen.
Imaginem vocês um elenco brilhante de quatro comediantes (Duaia Assumpção, Fernando Gomes, José Roberto Oliveira e Moisés Bittencourt) emoldurados por um triângulo amoroso de charme pesado (Luana Piovani, Jonas Bloch e Pedro Furtado).
Tudo isso misturado pode ficar muito ruim... mas pode ser o espetáculo do ano!
O espectador vai ao teatro com um espírito completamente diferente do que vai ao cinema. O teatro é mais cerimonioso, cultural. O cinema é cotidiano, divertimento. Para os dois juntos com a mesma importância, com que espírito o espectador virá?
Pelo menos esta interessante pergunta sociológica “TURBILHÃO” responderá.
em sua 57ª peça.
“Sou um autor seríssimo que faz um enorme esforço para não parecer que é.”

Ou talvez o autor tenha uma segunda intenção oculta: falar da velha e famosa harmonia do mundo. Todas as coisas em seus lugares. Sendo assim, porque de outro jeito não poderia ser.”